segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

TRABALHANDO COM GÊNEROS

GÊNEROS JORNALÍSTICOS

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Segundo Faria (1996), o trabalho com jornal visa melhorar o domínio da língua viva, ou seja, da língua em uso. Bonini (2006), preconiza que “o estudo dos gêneros jornalísticos (bem como dos demais gêneros que compõem o conjunto mais amplo das manifestações da comunicação de massa) apresenta uma grande relevância social”. Segundo o autor, o trabalho com o jornal leva à formação do senso crítico do aluno, que passa assim a lidar de maneira consciente com as informações que lhe são fornecidas nos veículos de comunicação. Faria (1996), ainda aponta o jornal como uma forma de desenvolver a consciência e a cidadania, pois “não existem jornais neutros, nem tampouco informações puras”. Assim, esse veículo, segundo a autora, poderia “fornecer instrumentos eficazes para tornar os alunos leitores críticos, não só de textos, mas do mundo que os rodeia”.
No entanto, de acordo com Bonini (2006), o jornal seria apenas um suporte pelo qual circulam vários gêneros, os gêneros jornalísticos. Esses gêneros acabam por caracterizar o jornal, e seus modelos podem ser trabalhados e analisados dentro das salas de aulas. Assim, poder-se-ia trabalhar com o gênero reportagem, notícia, charge, horóscopo, receita, e também com o editorial.


O GÊNERO EDITORIAL
O editorial é um dos textos jornalísticos mais intrincados, pois é através dele que o jornal se coloca à frente dos fatos que noticia. Isso se dá, no entanto, de maneira sutil, para que se possa passar a impressão de equilíbrio e solidez. Segundo Faria (1996), o editorial “lida com idéias, argumentos, crítica, marcando a posição do jornal sobre os principais fatos do momento”. Assim, o leitor procurará, no editorial, assuntos de repercussão momentânea, sobre os quais o jornal ira se posicionar.
Assim, pode-se perceber que o editorial utiliza-se de uma linguagem argumentativa, mantendo seu autor geralmente anônimo (embora possa-se encontrar editoriais assinados). Segundo Faria (1996), o vocabulário do editorial costuma ser objetivo, e as frases empregadas são curtas e não muito complexas. Essa objetividade visa mostrar a opinião do jornal como algo concreto e verdadeiro. Além disso, os “articuladores discursivos” estão sempre presentes, já que são responsáveis pela coesão de um texto, e dessa forma garantem “o rigor lógico da argumentação e do encadeamento das idéias”. A autora ainda enfatiza o fato de o editorial poder ser trabalhado como uma estrutura dissertativa, na qual existe a apresentação sucinta de uma questão, seu desenvolvimento e discussão através de argumentos e contra-argumentos e a apresentação breve e condensada da conclusão e do modo de vista adotado pelo jornal. Essa estrutura poderia ser de grande valia para alunos de ensino fundamental e médio, pois à medida que a reconhecessem e a vissem em uso concreto, saberiam melhor como reproduzi-la.
Através, portanto, dessa estrutura argumentativa, o editorialista visa persuadir o leitor, e por isso geralmente emprega uma linguagem sutil e leve, e organiza-se num modelo simples e de fácil apreensão. O Manual Geral de Redação da Folha de São Paulo também preconiza a estrutura “apresentação sucinta da questão – desenvolvimento e argumentação – conclusão” para o editorial. No entanto, Nascimento (1999) recorre à operacionalização do conceito de dispositivo argumentativo de Charaudeau (1992), realizada por Oliveira (1996), para análise do editorial. Neste conceito, as partes integrantes do texto argumentativo são: proposta, tese argumento e concessão.
www.faccar.com.br/eventos/desletras/hist/2007_g/textos/15.htm

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