segunda-feira, 25 de junho de 2012


De frente pro crime



Ta lá o corpo estendido no chão
Em vez de rosto uma foto de um gol
Em vez de reza uma praga de alguém
E um silêncio servindo de amém

Pôxa cara, tô ligado no seu drama
Com a a cara nessa lama teve medo de morrer
de viver, de sofrer, de nem ter o que comer
Ninguém liga pra você
Ninguém liga nem nunca ligou

O bar mais perto depressa lotou
Malandro junto com trabalhador
Um homem subiu na mesa de um bar
E fez discurso pra vereador

É, ninguém liga pra você nem nunca ligou
Hoje sobra tanta indiferença, indignação
Falta luz, falta governo, falta educação
Tanto que com o preconceito em alta
Só não sentem a tua falta, meu irmão!

Veio camelô vender anel, cordão, perfume barato
E baiana pra fazer pastel e um bom churrasco de gato
Quatro horas da manhã baixou o santo na porta-bandeira
E a moçada resolveu parar e então
Ta lá o corpo estendido no chão

Quem sabe agora você pode descansar,
Se livrar da injustiça
Desse medo dos bandido
Medo da polícia
Maldita cena projetada na janela
TV de todo dia, gente pobre é sempre réu
O que te resta é um pouco dessa lua
Refletida na sarjeta, teu pedaço lá do céu

Sem pressa foi cada um pro seu lado
Pensando numa mulher ou num time
Olhei o corpo no chão e fechei
Minha janela de frente pro crime

domingo, 24 de junho de 2012

Resenha


Como elaborar uma resenha


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1. Definições

Resenha-resumo:

É um texto que se limita a resumir o conteúdo de um livro, de um capítulo, de um filme, de uma peça de teatro ou de um espetáculo, sem qualquer crítica ou julgamento de valor. Trata-se de um texto informativo, pois o objetivo principal é informar o leitor.

Resenha-crítica:
É um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, uma crítica, apontando os aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião, também denominado de recensão crítica.
2. Quem é o resenhista

A resenha, por ser em geral um resumo crítico, exige que o resenhista seja alguém com conhecimentos na área, uma vez que avalia a obra, julgando-a criticamente.
3. Objetivo da resenha

O objetivo da resenha é divulgar objetos de consumo cultural - livros,filmes peças de teatro, etc. Por isso a resenha é um texto de caráter efêmero, pois "envelhece" rapidamente, muito mais que outros textos de natureza opinativa.
4. Veiculação da resenha

A resenha é, em geral, veiculada por jornais e revistas.
5. Extensão da resenha

A extensão do texto-resenha depende do espaço que o veículo reserva para esse tipo de texto. Observe-se que, em geral, não se trata de um texto longo, "um resumão" como normalmente feito nos cursos superiores ... Para melhor compreender este item, basta ler resenhas veiculadas por boas revistas.
6. O que deve constar numa resenha

Devem constar:
  • O título
  • A referência bibliográfica da obra
  • Alguns dados bibliográficos do autor da obra resenhada
  • O resumo, ou síntese do conteúdo
  • A avaliação crítica
7. O título da resenha

O texto-resenha, como todo texto, tem título, e pode ter subtítulo, conforme os exemplos, a seguir:
Título da resenha: Astro e vilão
Subtítulo: Perfil com toda a loucura de Michael Jackson
Livro: Michael Jackson: uma Bibliografia não Autorizada (Christopher Andersen) - Veja, 4 de outubro, 1995

Título da resenha: Com os olhos abertos
Livro: Ensaio sobre a Cegueira (José Saramago) - Veja, 25 de outubro, 1995

Título da resenha: Estadista de mitra
Livro: João Paulo II - Bibliografia (Tad Szulc) - Veja, 13 de março, 1996
8. A referência bibliográfica do objeto resenhado

Constam da referência bibliográfica:
  • Nome do autor
  • Título da obra
  • Nome da editora
  • Data da publicação
  • Lugar da publicação
  • Número de páginas
  • Preço
Obs.: Às vezes não consta o lugar da publicação, o número de páginas e/ou o preço.

Os dados da referência bibliográfica podem constar destacados do texto, num "box" ou caixa.

Acesse o link abaixo e encontrará ótimas sugestões de filmes. Escolha um e envie um comentário. Posteriormente, assistiremos ao filme mais votado.

www.bonsfilmes.blogspot.com

terça-feira, 3 de maio de 2011

Gêneros Textuais



ARTIGO DE OPINIÃO

É comum encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema em questão através do artigo de opinião.
É importante estar preparado para produzir esse tipo de texto, pois em algum momento poderão surgir oportunidades ou necessidades de expor ideias pessoais através da escrita.
Nos gêneros argumentativos, o autor geralmente tem a intenção de convencer seus interlocutores e, para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões.
O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar.
Para produzir um bom artigo de opinião é aconselhável seguir algumas orientações. Observe:
a) Após a leitura de vários pontos de vista, anote num papel os argumentos que mais lhe agradam, eles podem ser úteis para fundamentar o ponto de vista que você irá desenvolver.
b) Ao compor seu texto, leve em consideração o interlocutor: quem irá ler a sua produção. A linguagem deve ser adequada ao gênero e ao perfil do público leitor.
c) Escolha os argumentos, entre os que anotou, que podem fundamentar a ideia principal do texto de modo mais consciente, e desenvolva-os.
d) Pense num enunciado capaz de expressar a ideia principal que pretende defender.
e) Pense na melhor forma possível de concluir seu texto: retome o que foi exposto, ou confirme a ideia principal, ou faça uma citação de algum escritor ou alguém importante na área relativa ao tema debatido.
f) Crie um título que desperte o interesse e a curiosidade do leitor.
g) Formate seu texto em colunas e coloque entre elas uma chamada (um importante e pequeno trecho do seu texto).
h) Após o término do texto, releia e observe se nele você se posiciona claramente sobre o tema; se a ideia está fundamentada em argumentos fortes e se estão bem desenvolvidos; se a linguagem está adequada ao gênero; se o texto apresenta título e se é convidativo e, por fim, observe se o texto como um todo é persuasivo.
Reescreva-o, se necessário.

CONHEÇA MAIS!


Amor de Capitu - Fernando Sabino
Além de romances, novelas, contos e crônicas consagrados pela crítica e pelo público, a versátil criatividade de Fernando Sabino já o levou a diversas incursões em áreas inexploradas da literatura, com senso imaginativo e pleno domínio da expressão verbal.Em "Amor de Capitu" ele realiza uma experiência inédita, ao recriar "Dom Casmurro" sem o narrador original. "O que sempre me atraiu neste romance admirável", afirma, "foi descobrir até que ponto a dúvida sobre a infidelidade de Capitu teria sido premeditada pelo autor através de narrador tão evasivo e casmurro...".Transpor o romance de Machado de Assis para a terceira pessoa, Fernando Sabino consegue como enriquecer o mistério, abrindo uma nova possibilidade de leitura de um dos nossos gênios literários. Essa foi a forma encontrada para homenagear o escritor a quem admira desde a juventude. Homenagem que, para o público, traduz-se em duplo prazer: apreciar o encontro de dois grandes romancistas brasileiros."






OUTRAS LEITURAS


DOM CASMURRO E SEUS DERIVADOS
A primeira publicação de Dom Casmurro foi em 1899. A obra é uma das obras primas da literatura nacional. A história já foi adaptada para o cinema e no ano passado virou microssérie na rede globo, com o título de Capitu. Assim como o livro tanto o filme como a microssérie também tiveram sucesso de críticas.
A história de Dom Casmurro é uma das histórias mais fantásticas de Machado de Assis. O mérito do livro é despertado por apresentar um final dúbio em que o autor coloca os leitores numa dúvida sem fim sobre a fidelidade de Capitu. O que torna a obra tão excepcional é que podemos lê-la duas vezes, e nessas duas vezes tirarmos conclusões diferentes sobre Capitu. O livro de Machado de Assis é uma das obras nacionais mais traduzidas no mundo.
Em 2003 livro Dom Casmurro teve uma adaptação cinematográfica como Dom. Em 2008 a TV Globo criou um microssérie com o título de Capitu. O filme Dom, 2003, teve a direção de Moacyr Góes e conta a história de Bento (Marcos Palmeira) que foi batizado com esse nome devido aos seus pais adorarem a obra de Machado. Contudo Bento tem a idéia fixa de que vai sofrer o mesmo que o personagem que lhe deu o nome. O filme de Moacyr foi premiado no Festival de Gramado, na categoria melhor atriz e melhor filme. Além de Marcos Palmeiras o filme conta com a interpretação de Maria Fernanda Cândido como Ana.
Em 2008 a TV Globo apresentou a microssérie Capitu, dirigido por Luiz Fernando Carvalho. A adaptação é uma das melhores. É uma serie de televisão que mistura cinema e teatro num só lugar. A microssérie além de ter a participação de grandes atores, Eliane Giardini como Dona Glória, o ator Michel Melamed como Bento e Maria Fernanda Cândido, novamente como Capitu. Tem uma organização de capítulos que a diferencia das outras adaptações. Cada capítulo do livro é nomeado na microssérie, valorizando a obra de Machado e suas paradas para que o personagem Bentinho possa falar com seu possível público.
Além de ter um elenco, fotografia e cenário de primeira linha, o filme ainda tem uma das melhores trilhas sonoras das minisséries da globo.
Sinopse
Bento (Marcos Palmeira) é um homem cujos pais, apreciadores de Machado de Assis, resolveram batizá-lo com este nome em homenagem ao personagem homônimo do livro "Dom Casmurro". Tantas vezes foi justificada a razão da homenagem que Bento cresceu com a idéia fixa de que seria o próprio personagem e destinado a viver, exatamente, aquela história. Até chamava sua amiga de infância no Rio de Janeiro, Ana (Maria Fernanda Cândido), de Capitu. Seus amigos, conhecedores do seu sentimento de predestinação, lhe apelidaram de Dom. Bento e Ana separaram-se quando a família do menino mudou-se para São Paulo. Já adulto, Bento foi trabalhar como engenheiro de produção e vinha freqüentemente ao Rio. É lá que Dom reencontra a sua Capitu e dali renasce o romance da infância, só que, agora, avassalador.

DONA CASMURRA E SEU TIGRÃO


Dom Casmurro como fonte de inspiração
Ciúme é o sentimento e a mola propulsora que o escritor Ivan Jaf utiliza em Dona Casmurra e seu Tigrão para fazer uma releitura sutil, sintonizada com nosso tempo e extremamente bem-humorada do clássico Dom Casmurro, de Machado de Assis.
Na obra de Jaf, que pertence à coleção "Descobrindo os Clássicos", um rapaz chamado Barrão sofre com o ciúme que sente de sua namorada, Pâmela. Desconfiado de traição, o jovem lutador de jiu-jítsu cria situações embaraçosas. Como se fosse pouco, Barrão vai mal na escola e precisa tirar boas notas em algumas matérias, entre elas português. Para tanto, vai precisar ler e escrever a respeito de Bentinho e Capitu, os principais personagens de Dom Casmurro.
A exemplo da dúvida de Barrão em relação a Pâmela, neste romance de Machado uma suposta traição de Capitu com o melhor amigo de Bentinho, Escobar, toma conta do enredo. Traição, aliás, que até hoje é discussão entre acadêmicos e críticos especializados.
"A existência ou não de adultério não faz grande diferença. Atormentado por um ciúme obsessivo, Bentinho separa-se da mulher e do filho, mandando-os para o exílio, e termina a vida solitário e amargo", explica Edu Teruki Otsuka, que assina o ensaio da seção "Outros olhares sobre Dom Casmurro", incluído no final de Dona Casmurra e seu Tigrão.
Segundo Otsuka, a tendência atual da crítica tem sido a de evitar qualquer discussão nos termos do "traiu ou não traiu". Ele observa que grande parte dos estudiosos, inclusive de linhas divergentes, prefere adotar um ponto de vista mais equilibrado, segundo o qual não importa muito que a traição seja falsa ou verdadeira.
Machado e a sociedade do século XIX
Filho de um operário mulato e de uma lavadeira, Machado de Assis estava inserido em uma estrutura familiar típica do Brasil do século XIX. Sua família vivia sob a proteção da proprietária da chácara onde morava, uma mulher rica e ilustre, casada com um senador e ministro do Império.
"É importante ressaltar que, nessa época, pessoas na situação dos pais de Machado de Assis não eram exatamente o que hoje chamamos de proletários, indivíduos de baixa renda que subsistem graças à remuneração obtida com sua força de trabalho. Vivendo como agregados, sua posição social era definida mais pela ligação com a família de que eram dependentes do que pela ocupação profissional", explica Otsuka, doutorando em literatura brasileira pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Portanto, foi numa sociedade regida por relações de favor e dependência que Machado cresceu, observando atentamente o modo como se comportavam as pessoas de diferentes classes sociais nos relacionamentos que estabeleciam entre si.
No romance Dom Casmurro, Capitu está social e hierarquicamente situada em escala inferior diante de seu vizinho e futuro marido Bento Santiago, o Bentinho, mas luta por sua autonomia e por "desembaraçar-se das amarras do favor", ousando afrontar esse estado de coisas. Ainda assim, acaba sendo tachada de atrevida e dissimulada. O ciúme doentio de Bentinho está enraizado nas condições sociais do Brasil da segunda metade do século XIX.
"Embora vivendo em condições humildes, Machado educou-se de acordo com os padrões da cultura de elite - o que não era tão comum entre mulatos no Brasil no século XIX - e adquiriu vastos conhecimentos que constituiriam um dos ingredientes de sua literatura", destaca o autor do ensaio.
Estímulo criativo
O escritor Machado de Assis começou sua vida profissional trabalhando como tipógrafo e revisor e, desde cedo, publicava textos na imprensa. Aos 27 anos, ingressou na carreira burocrática, chegando a tornar-se alto funcionário do Ministério da Agricultura. Contudo, conquistou notoriedade e respeitabilidade por meio de sua literatura, que praticou em quase todas as modalidades: escreveu versos, crônicas, peças teatrais; fez traduções e destacou-se com seus contos e romances.
"O romance [Dom Casmurro] publicado por Machado de Assis em 1899 é provavelmente sua obra mais popular, e a personagem Capitu, a mais conhecida de suas criações", avalia Edu Otsuka. Por força de sua grandeza literária, vem ao longo das décadas inspirando artistas de outras linguagens, como o cinema e a música popular, a realizar adaptações e obras originais, como o filme Capitu, dirigido por Paulo César Saraceni, e a canção homônima de Luiz Tatit.
No entanto, é no próprio universo literário que essa obra capital despertou e continua despertando o desejo de outros escritores reinterpretarem o enredo criado por Machado, casos de Fernando Sabino e Domício Proença Filho. Além disso, outros pronunciaram vivamente seus "veredictos" sobre a histórica polêmica, como o fizeram em artigos Otto Lara Resende e Dalton Trevisan.



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