terça-feira, 3 de maio de 2011

DONA CASMURRA E SEU TIGRÃO


Dom Casmurro como fonte de inspiração
Ciúme é o sentimento e a mola propulsora que o escritor Ivan Jaf utiliza em Dona Casmurra e seu Tigrão para fazer uma releitura sutil, sintonizada com nosso tempo e extremamente bem-humorada do clássico Dom Casmurro, de Machado de Assis.
Na obra de Jaf, que pertence à coleção "Descobrindo os Clássicos", um rapaz chamado Barrão sofre com o ciúme que sente de sua namorada, Pâmela. Desconfiado de traição, o jovem lutador de jiu-jítsu cria situações embaraçosas. Como se fosse pouco, Barrão vai mal na escola e precisa tirar boas notas em algumas matérias, entre elas português. Para tanto, vai precisar ler e escrever a respeito de Bentinho e Capitu, os principais personagens de Dom Casmurro.
A exemplo da dúvida de Barrão em relação a Pâmela, neste romance de Machado uma suposta traição de Capitu com o melhor amigo de Bentinho, Escobar, toma conta do enredo. Traição, aliás, que até hoje é discussão entre acadêmicos e críticos especializados.
"A existência ou não de adultério não faz grande diferença. Atormentado por um ciúme obsessivo, Bentinho separa-se da mulher e do filho, mandando-os para o exílio, e termina a vida solitário e amargo", explica Edu Teruki Otsuka, que assina o ensaio da seção "Outros olhares sobre Dom Casmurro", incluído no final de Dona Casmurra e seu Tigrão.
Segundo Otsuka, a tendência atual da crítica tem sido a de evitar qualquer discussão nos termos do "traiu ou não traiu". Ele observa que grande parte dos estudiosos, inclusive de linhas divergentes, prefere adotar um ponto de vista mais equilibrado, segundo o qual não importa muito que a traição seja falsa ou verdadeira.
Machado e a sociedade do século XIX
Filho de um operário mulato e de uma lavadeira, Machado de Assis estava inserido em uma estrutura familiar típica do Brasil do século XIX. Sua família vivia sob a proteção da proprietária da chácara onde morava, uma mulher rica e ilustre, casada com um senador e ministro do Império.
"É importante ressaltar que, nessa época, pessoas na situação dos pais de Machado de Assis não eram exatamente o que hoje chamamos de proletários, indivíduos de baixa renda que subsistem graças à remuneração obtida com sua força de trabalho. Vivendo como agregados, sua posição social era definida mais pela ligação com a família de que eram dependentes do que pela ocupação profissional", explica Otsuka, doutorando em literatura brasileira pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Portanto, foi numa sociedade regida por relações de favor e dependência que Machado cresceu, observando atentamente o modo como se comportavam as pessoas de diferentes classes sociais nos relacionamentos que estabeleciam entre si.
No romance Dom Casmurro, Capitu está social e hierarquicamente situada em escala inferior diante de seu vizinho e futuro marido Bento Santiago, o Bentinho, mas luta por sua autonomia e por "desembaraçar-se das amarras do favor", ousando afrontar esse estado de coisas. Ainda assim, acaba sendo tachada de atrevida e dissimulada. O ciúme doentio de Bentinho está enraizado nas condições sociais do Brasil da segunda metade do século XIX.
"Embora vivendo em condições humildes, Machado educou-se de acordo com os padrões da cultura de elite - o que não era tão comum entre mulatos no Brasil no século XIX - e adquiriu vastos conhecimentos que constituiriam um dos ingredientes de sua literatura", destaca o autor do ensaio.
Estímulo criativo
O escritor Machado de Assis começou sua vida profissional trabalhando como tipógrafo e revisor e, desde cedo, publicava textos na imprensa. Aos 27 anos, ingressou na carreira burocrática, chegando a tornar-se alto funcionário do Ministério da Agricultura. Contudo, conquistou notoriedade e respeitabilidade por meio de sua literatura, que praticou em quase todas as modalidades: escreveu versos, crônicas, peças teatrais; fez traduções e destacou-se com seus contos e romances.
"O romance [Dom Casmurro] publicado por Machado de Assis em 1899 é provavelmente sua obra mais popular, e a personagem Capitu, a mais conhecida de suas criações", avalia Edu Otsuka. Por força de sua grandeza literária, vem ao longo das décadas inspirando artistas de outras linguagens, como o cinema e a música popular, a realizar adaptações e obras originais, como o filme Capitu, dirigido por Paulo César Saraceni, e a canção homônima de Luiz Tatit.
No entanto, é no próprio universo literário que essa obra capital despertou e continua despertando o desejo de outros escritores reinterpretarem o enredo criado por Machado, casos de Fernando Sabino e Domício Proença Filho. Além disso, outros pronunciaram vivamente seus "veredictos" sobre a histórica polêmica, como o fizeram em artigos Otto Lara Resende e Dalton Trevisan.



Acesse esses links :

6 comentários:

  1. Esta ideia do Blog achei muito interenssante pois pude tirar duvidas sobre os assuntos estudados na sala de aula, principalmente do livro , que conta uma historia que relacionana com o nosso contidiano {O ciume}, espero ler mais um pouco sobre o livro e tirar minha curiodade do final da história.
    Janaiara Ferreira 8º B

    ResponderExcluir
  2. está tudo muito bom!mas,ainda acho que pode melhorar.
    Os textos sobre os assuntos estudados em sala de aula estão bons, mas se a senhora aceitar um conselho,digo que precisa diminuir um pouco mais os textos e colocar mais imagens e algo que traga humor e assuntos que atraiam os alunos.
    Enquanto ao texto sobre o para didático, está bom, é um resumo que com toda certeza ira ser necessário para nos ajudar a compreender mais um pouco sobre o livro.
    Minha opinião sobre Capitú, é que ela realmente traio Bentinho,pois como o próprio livro relata,Capitú era muito esperta e dissimulada, podendo muito bem criar ou até planejar situações onde possa se criar desconfiança do Bentinho sem que ele nunca tivesse provas sobre se realmente Capitú o traio.
    Enquanto a Barrão e Pâmela, acho que Barrão é mais um valentão impulsivo que usa a violência como uma "mascara" de seus problemas, e descobre com á ajuda de Lu, um mundo longe dos tatames de jiu-jítsu.
    Como já falei,gostei de tudo apesar de que ainda acho que pode melhorar.
    bjs de seu aluno Dannyel Macedo Ribeiro
    série:8º"a"

    ResponderExcluir
  3. Gostei muito desse blog, pois possui todos os assuntos dados nas aulas e fala um pouco sobre a resenha e sinopse que esta no assunto da unidade e sobre o livro dom casmurro que fala sobres seus ciumes, que esta no nosso dia dia.

    ass:Naelton gonçalves 8{b}

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Gosto de ler e sempre procuro ter um livro na minha cabeceira. Achei muito interessante o livro Dona Casmurra e Seu Tigrão por falar de duas histórias ao mesmo tempo, que é a história original de Dom casmurro e o ciúme descontrolado de Barrão que tem muitas dúvidas se foi traído ou não.
    Vitória Tavares
    8º série B - CAJ

    ResponderExcluir